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Um novo caminho a seguir

A Constituição da República Federativa do Brasil, em seu artigo quinto, diz que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade ...” Entre as garantias, levemos em consideração a da vida, a da liberdade e a da segurança. Não é preciso reflexão para termos a certeza de que as coisas na vida urbana não acontecem como determina a Constituição. Mas por quê? Será que não há investimento na segurança pública? Ou falta planejamento, profissionais capacitados e investimento em inteligência policial?

Vamos usar como exemplo o Estado de São Paulo, onde a Secretaria de Segurança tem um orçamento de quase R$ 7 bilhões por ano, mais de 10% da receita do Estado, sem contabilizar os recursos municipais e federais enviados. É a segunda secretaria com mais verba, ficando atrás apenas da pasta da educação.

Apesar do grande gasto, a criminalidade não consegue ser contida. Quando há redução da violência urbana ela é tão pequena que não tem reflexo positivo na sociedade. Além disso, o que ocorre na maioria das vezes é migração do crime, ou seja, há temporada em que caem os homicídios, por exemplo, mas aumentam os casos de seqüestro. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, enquanto houve redução de 18% nos casos de homicídio, entre o segundo trimestre de 2003 e 2004, os seqüestros cresceram 14%. A última divulgação oficial da Secretaria - comparativo entre o quarto trimestre de 2003 e 2004 - também apresenta a mesma condição. Latrocínio teve queda de 7%. Em contrapartida, roubo e furto de veículos cresceram 5% e 8% respectivamente.

Todo ano, o Estado de São Paulo contabiliza cerca de 15 mil homicídios, 200 mil roubos e furtos de veículos, 700 mil roubos e furtos contra o patrimônio e pessoa e registro de violência em mais de 80% das escolas públicas. Se olharmos mais diretamente para o Grande ABC, veremos, por exemplo, que o seguro de um veículo na região chega a ser 37,75% mais caro do que na cidade de São Paulo, segundo levantamento do Diário do Grande ABC. A elevação é fruto do número de roubos e furtos de veículos. Só em Santo André, em 2003, houve 1.571,5 ocorrências para cada 100 mil habitantes, segundo dados do Instituto de Estudos Metropolitanos, IEME.

Essa triste realidade mostra que a violência não é fruto da falta de recursos, mas da ausência de diagnóstico, falha de gestão e de políticas públicas inadequadas, situação que coloca em risco a democracia e aumenta as desigualdades sociais.

A falta de segurança é um dos sorvedouros do dinheiro público, motivo que impede o aumento dos recursos para a educação, saúde, habitação e obras de infra-estrutura para o desenvolvimento regional e nacional. Porém, esta condição poderá ser corrigida, em parte, com pesquisa científica e instalação de programas de especialização voltados especificamente para o setor, e que tenham como base o incentivo à interdisciplinaridade e à transversalidade - que poderão levar a modelos de gestão eficientes - em especial na gestão preventiva - garantindo-se os direitos fundamentais da pessoa humana em todos os seus aspectos: direitos individuais, coletivos, difusos e sociais.

O artigo 144 da Constituição diz que “a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio ...” Neste sentido e no entendimento de que a responsabilidade de todos inclui a das instituições de ensino, é que o Centro Universitário Fundação Santo André assumiu mais um desafio em ensino e pesquisa ao criar o curso inédito de Pós-Graduação em Gestão de Políticas Públicas de Segurança.

Assim, o Centro Universitário Fundação Santo André caminha para ser uma das primeiras instituições de ensino a colaborar com o Estado e a sociedade na construção de políticas públicas na área da segurança, que leve em consideração a participação cidadã, o planejamento estratégico e tático de curto, médio e longo prazo, além do controle social na execução destas políticas. Outro aspecto relevante é que o curso de Especialização contempla também a interdisciplinaridade, fazendo interface com disciplinas das áreas de Direito, Sociologia, Administração Pública, Estatística, Metodologia de Pesquisa Científica, Políticas Públicas de Segurança, Psicologia Social e Pedagogia.

Temos ciência de que a garantia da segurança pública é essencial para a manutenção do Estado Democrático e Social de Direito, e que a universidade tem um papel fundamental, pois além de reproduzir, tem a função de criar, expandir, divulgar e desenvolver o conhecimento, além de colocá-lo à disposição da sociedade e do Estado. Desta forma, a Especialização em Gestão de Políticas Públicas de Segurança permitirá que a proeminente questão da segurança pública seja problematizada com rigor científico, complexidade e profundidade, fomentando a concepção de novas opções de políticas públicas na área da segurança.



Professor Dr. Odair Bermelho
Reitor do Centro Universitário Fundação Santo André

Professor Dr. Diolino José dos Santos Filho
Pró-Reitor de Pós-Graduação do Centro Universitário Fundação Santo André

Me. Vanderlei Siraque
Coordenador do curso de Pós-Graduação de Gestão em Políticas Públicas de Segurança do Centro Universitário Fundação Santo André e membro da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa de São Paulo

 

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Fabio Taroda