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Escassez de água no Estado de São Paulo
fez sua primeira vítima na indústria


A fabricante de produtos químicos Rhodia, controlada pela multinacional belga Solvay, adotou um insólito “rodízio de fábricas”, na semana passada, para não paralisar sua produção por completo. As unidades afetadas estão localizadas no polo petroquímico de Paulínia, na região de Campinas, no interior do Estado, uma das mais afetadas pela seca do Sudeste. O parque fabril da companhia na cidade, onde está instalada a Refinaria do Planalto Paulista, da Petrobras, possui 22 unidades em operação.

Dessas, quatro produzem os chamados produtos químicos intermediários, que são utilizados como matéria-prima para a fabricação de outros materiais, inclusive pela própria Rhodia. Por conta da baixa vazão do rio Atibaia, de onde a fabricante retira a água utilizada no processo, um sistema de revezamento foi colocado em prática nessas quatro fábricas. Enquanto uma trabalha, as outras “descansam”. Em nota, a Rhodia informou que os cerca de 100 funcionários dessas unidades, quando não estão na produção, fazem treinamentos ou trabalhos de manutenção.

Para garantir a entrega dos produtos aos clientes, a Rhodia aumentou o volume dos estoques e estuda a possibilidade de recorrer à importação, em caso de necessidade. Segundo fontes próximas à empresa, a preocupação com a falta d'água começou a ganhar corpo em fevereiro. Naquele mês, a empresa foi surpreendida com uma inédita escassez, algo que nunca havia acontecido durante o verão. Na região, outubro é que costuma ser, tradicionalmente, mais seco. No entanto, o rodízio de fábricas nunca foi necessário. A Rhodia não informou se houve perda financeira em virtude da medida.

O faturamento da Solvay, no ano passado, foi de € 9,9 bilhões. “Não há um problema generalizado, mas estamos monitorando”, afirma Fátima Giovanna Coviello Ferreira, diretora de economia e estatística da Abiquim, associação dos fabricantes da indústria química. “Algumas empresas que captam água de rios tiveram dificuldades.” De acordo com Fátima, o racionamento de água nunca foi tema da pauta do setor. “Não era um problema até agora”, diz, lembrando que a principal preocupação das empresas sempre foi com a energia. “Agora, é preciso adotar políticas para armazenar água nos reservatórios.” A indústria química não é a única a sofrer com a falta d'água no Estado de São Paulo.

A Fibria, maior fabricante de celulose do mundo, criou um plano de contingência para evitar paradas na produção em sua fábrica de Jacareí, na região do Vale do Paraíba. A companhia é abastecida pela bacia do rio Paraíba do Sul, que, no fim de setembro, chegou ao nível mais baixo de sua história, com 12,9% da capacidade. Em conferência com analistas, Marcelo Castelli, CEO da Fibria, afirmou que o plano será utilizado “se houver necessidade”. Provavelmente vai precisar. Levantamentos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais indicam que a temporada de chuvas deste ano no Sudeste só deve começar em meados de novembro. Até lá, o rodízio de fábricas, como o da Rhodia, deve continuar.

Colaborou: André Jankavski

(*) Matéria publicada originalmente na revista Isto É, edição nº 2.345, de 5 de novembro de 2014


 

Última atualização em Sex, 07 de Novembro de 2014 20:15
 
 

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