Diário de São Paulo - 29 de novembro de 2001
Parlamentar protocola o pedido para a instalação da CPI do B.O.

JOSMAR JOZINO

A criação da comissão vai depender agora de acordo entre os líderes partidários. Outros 35 requerimentos de CPI estão aguardando votação.

O deputado Vanderlei Siraque (PT) protocolou ontem na Assembléia Legislativa de São Paulo o pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar denúncias de manipulação das estatísticas da criminalidade e também de alterações de boletins de ocorrência. Dos 94 parlamentares, 35 assinaram o requerimento propondo a criação da CPI do B.O. Para protocolar o documento são necessárias 32 assinaturas.

A instalação da CPI do B.O. vai depender de acordo entre líderes partidários. Outros 35 requerimentos de CPIs aguardam votação. Siraque entrou com pedido de criação da CPI ao tomar conhecimento das denúncias do DIÁRIO DE S.PAULO sobre mudanças da natureza dos boletins de ocorrência para possível maquiagem dos índices da violência.

Vanderlei Siraque disse não ter dúvidas da manipulação das estatísticas da criminalidade. "Não há dúvida de que os números são maquiados. Queremos saber agora se a maquiagem é feita a mando do Governo estadual ou da Secretaria da Segurança", completou.

O parlamentar afirmou ainda que o DIÁRIO exerceu um trabalho de cidadania ao divulgar os boletins de ocorrência com alterações na natureza do crime. "A denúncia feita pelo DIÁRIO DE S.PAULO é mais do que suficiente para o Ministério Público abrir inquérito criminal e investigar o caso", explicou Siraque.

Doze deputados da bancada do PT assinaram o requerimento pedindo a criação da CPI do B.O. Também assinaram o documento sete deputados do PPB; cinco do PSB; quatro do PFL; dois do PL; dois do PC do B; um do PPS; um do PDT e um do PV.

O deputado Wagner Lino (PT) entra hoje com representação na Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo pedindo a nomeação de um promotor especial para acompanhar as investigações sobre as denúncias de maquiagem das estatísticas da criminalidade. O pedido vai ser encaminhado pela manhã ao procurador-geral José Geraldo Brito Filomeno.