O recém-empossado prefeito de Rio
Grande da Serra, Ramon Velásquez (PT), recorreu nesta
quarta à polícia para denunciar que vem sofrendo
ameaças anônimas de morte. O petista registrou
Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia
da cidade. A medida, segundo ele, é cautelar.
Rio Grande tem precedentes. Em 30 de março de 1998,
o ex-prefeito José Carlos de Arruda foi assassinado,
crime que até hoje não foi desvendado. Antes
de morrer, Arruda havia recebido uma série de ameaças
de morte por telefone.
"Não posso deixar pra lá, afinal a situação
já tem antecedentes", afirmou Velásquez,
que se diz preocupado, inclusive, com o bem-estar de seus
familiares e amigos. "Não tenho medo, mas cautela.
As ameaças, infelizmente, acabam quebrando a calma
e provocando instabilidade na cidade".
Segundo Velásquez, as intimidações,
que antes estavam sendo feitas por telefone (para o celular
e o gabinete), ganharam novas proporções. Na
madrugada desta quarta, por volta da meia-noite, o carro particular
do prefeito foi fechado por uma Kombi branca não identificada.
"O fato ocorreu depois de um colaborador amigo (como
se refere ao seu segurança) me deixar em casa. Eles
pensavam que fosse eu no volante", disse.
Na mesma madrugada, segundo Velásquez, outra Kombi
tentou invadir a garagem municipal, mas foi impedida pela
presença do vigia. O prefeito só soube do ocorrido
nesta quarta de manha, no gabinete.
O delegado de Ribeirão Pires Juarez Marques de Andrade,
que nesta quarta substituiu o titular de Rio Grande da Serra,
José Marcos Monteiro Pimenta, afirmou que, provavelmente,
deve ser instaurado um inquérito para apuração
dos fatos.
Velásquez esteve no DP acompanhado do seu vice, Jovino
Neves, o secretário Augusto Farias Ferreira Cravo (Jurídico)
e o deputado estadual Vanderlei Siraque (PT-Santo André).
Siraque afirmou que qualquer tipo de ameaça a um prefeito
não pode passar impune. "A cidade passa por um
momento de instabilidade. Vamos pedir um tratamento de segurança
especial a Rio Grande", afirmou.
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