BRASÍLIA
- Maria Delith Caldas Balaban ocupa um cargo-chave no Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) responsável
pela distribuição das verbas milionárias da entidade. Ela foi
nomeada com a influência de seu irmão, o ex-secretário-geral
da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas Pereira. Ele
a indicou para a diretoria administrativa e financeira do Sebrae,
em 1998, quando deixou a coordenação da campanha de reeleição
do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Maria Delith, psicóloga e funcionária aposentada
do Senado, demitiu-se do cargo de secretária-executiva do
Ministério da Cultura para assumir a cobiçada diretoria. Antes
disso, foi chefe de gabinete do então senador Fernando Henrique
e do gabinete do ex-ministro Beni Veras, em sua gestão no
Ministério do Planejamento.
A Assessoria de Imprensa do Sebrae informa
que Maria Delith não quer falar de seu parentesco com Eduardo
Jorge. O anúncio de sua indicação, em janeiro de 1999, provocou
protesto dos representantes da Confederação Nacional da Indústria
(CNI), do atual ministro da Integração Nacional, Fernando
Bezerra, das confederações da agricultura, do comércio e das
associações comerciais.
Todos queixaram-se da decisão do governo
de quebrar o acordo para a indicação consensual dos três diretores
da entidade e apresentar uma chapa fechada. Fernando Bezerra
disse na época: "Foi uma agressão às confederações empresariais,
o governo quebrou o acordo."
Também foram escolhidos o diretor-presidente,
Sérgio Moreira, ex-chefe da Superintendência de Desenvolvimento
do Nordeste (Sudene), ligado ao PSDB do Nordeste, e o diretor-técnico,
Vinícius Lummertz, ex-superintendente do Sebrae em Santa Catarina,
em atendimento a pedido do presidente do PFL, Jorge Bornhausen.
O orçamento anual do Sebrae, que opera
num universo de cerca de cinco milhões empresas, é de R$ 530
milhões, chegando a R$ 1,4 bilhão quando acrescidos os valores
remanescentes de exercícios anteriores, informou sua assessoria.
O deputado Vanderlei Siraque (PT-SP), que
fez várias denúncias sobre supostas irregularidades no Sebrae
paulista, afirmou ontem que vai pedir ao Ministério Público
investigação na direção da instituição.
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