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Diário do Grande ABC - 10 de junho de 2001

Região perde com privatização no setor de água

Juliana Gattone

Do Diário do Grande ABC

O projeto do presidente Fernando Henrique Cardoso sobre a mudança da titularidade da água vem causando polêmica pelas conseqüências que a aprovação pode provocar: a retirada da concessão (sem previsão de repasse para o município) e a possível privatização do setor.

Segundo o deputado federal, Luiz Carlos da Silva, o Luizinho (PT-Santo André), a ANA (Agência Nacional de Águas) é necessária, o problema é o seu papel gestor. O projeto diz que o objetivo da ANA é "implementar a política nacional de recursos hídricos estabelecendo regras para a sua atuação, sua estrutura administrativa e suas fontes de recursos". Além disso, estipula que a autarquia tem de ter autonomia administrativa e financeira.

"Discordamos do objetivo, porque a ANA passa a assumir todos os poderes, quando o objetivo inicial era de ter uma gestão compartilhada, ou seja, que divida poderes com Estados e municípios", disse o deputado que promoveu a audiência pública sobre o assunto na Câmara de Santo André.

Segundo Luizinho, a Constituição Federal diz que a titularidade da água é dos municípios. "O projeto do Congresso quer passar a titularidade para os Estados. Isso não é acordo é guerra. Pois o governo está dando um passo para privatizar. No mundo todo, a titularidade é do município, que é responsável pelo tratamento da água. Onde não é, a situação é horrível", afirmou.

O deputado explicou que, se o projeto for aprovado, a Sabesp pode comprar a autarquia que ela quiser. "Basta depositar valor referente aos três últimos faturamentos e ela encampa a empresa", afirmou. Segundo Luizinho, se por ventura a Sabesp encampar a autarquia, todo o faturamento vai para ela. "A concessão passa a ser do Estado, ela põe o faturamento no Caixa 1 e aplica onde quiser. Não tem necessidade de investir no município", disse. E completou: "O saneamento é monopólio estatal ou privado, já que não há como o munícipe escolher quero água do cano A ou B. Nos países onde o sistema foi privatizado, virou um horror".

Estaduais - Os deputados estaduais da região também são contrários ao projeto de FHC. Segundo eles, esta medida é o primeiro passo para a privatização da Sabesp.

Para os deputados Daniel Marins (PPB-São Caetano), Wagner Lino (PT-São Bernardo) e Newton Brandão (PTB-Santo André) os municípios têm mais competência para administrar o saneamento do que o Estado.

Vanderlei Siraque (PT-Santo André), acredita que os gastos ficarão por conta do município, enquanto o Estado ficará com os lucros. "Isto é hipocrisia do governo." Já o deputado Donisete Pereira Braga (PT-Mauá), disse que os países do primeiro mundo têm somente 10% da água privatizada.

Por meio de sua assessoria, o deputado Marquinhos Tortorello (PPS-São Caetano), afirmou que a perda na distribuição de água é muito grande por conta das ligações clandestinas.

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Fabio Taroda , 2001