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Diário do Grande ABC - 03 de novembro de 2001

Cidades caem no ranking do crime

Raymundo de Oliveira

Levantamento feito pelo Instituto Fernand Braudel, que estuda a violência, mostra que as cidades do Grande ABC melhoraram suas posições no ranking da criminalidade entre os anos de 1995 e 2000, pelo menos no quesito sobre a ocorrência de homicídios. O estudo abrange 65 municípios paulistas com população superior a 100 mil habitantes e demonstra que somente Santo André permaneceu na mesma posição (22º lugar) no ranking de maior ocorrência de assassinatos nos dois anos pesquisados.

Nas outras cinco cidades da região que têm população superior a 100 mil moradores, houve queda de posição no ranking dos homicídios. Só Rio Grande da Serra ficou de fora do estudo - tem população abaixo dos 100 mil .

Apenas duas cidades da região, Ribeirão Pires e São Caetano, tiveram queda nos coeficientes de homicídios por 100 mil habitantes, medida usada para quantificar as ocorrências. Em Ribeirão, o coeficiente de homicídios caiu de 35 em 1995 para 28 no ano 2000. Em São Caetano, a taxa de homicídios por 100 mil baixou de 18 para 14 nos mesmos períodos pesquisados. Em Mauá, Diadema e São Bernardo houve aumento nos coeficientes, mas as posições dos municípios no ranking estadual melhorou.

Segundo um levantamento feito pelo Departamento de Polícia Judiciária da Macro Região de São Paulo, a pedido do deputado estadual Vanderlei Siraque (PT), o número de homicídios ocorridos no Grande ABC caiu de 1.170 em 1999 para 1.077 no ano passado. No levantamento encaminhado pela Secretaria Estadual de Segurança Pública em resposta a um pedido de informações do deputado, na Seccional de Santo André, que compreende também os municípios de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, foram registrados 501 homicídios em 1999 e, no ano passado, 506.

Na Seccional de São Bernardo, que abrange São Caetano, o número de homicídios em 1999 foi de 300 e subiu para 304 em 2000. Em Diadema foram registrados 309 homicídios em 1999 e 267 no ano passado.

Siraque é membro da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo e afirma que há dificuldades para obter informações detalhadas sobre as ocorrências de crime por municípios. "A Secretaria de Estado da Segurança Pública esconde as estatísticas e, com isso, prejudica o trabalho dos municípios e da população no combate ao crime. Em muitos casos, as medidas necessárias podem não ser de competência da Secretaria de Segurança, mas sim de outros órgãos públicos, como as áreas sociais, de obras ou de planejamento, por exemplo".

Segundo informações da assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública, as estatísticas de registros das duas polícias estão em processo de centralização.

Números ajudam a combater violência

Do Diário do Grande ABC

Segundo José Fernando Peres Netto, pesquisador do Instituto Fernand Braudel, que estuda a violência, a não divulgação de ocorrências policiais detalhadas por municípios impede as análises e as definições de políticas públicas para o combate à criminalidade. "A Secretaria de Segurança Pública, em vez de controlar a criminalidade prefere controlar as estatísticas", afirmou Peres Netto.

"Como os municípios e a população podem ajudar no combate à violência se a secretaria não divulga em quais locais há maior incidência de crimes?", questionou. Segundo ele, o levantamento feito pelo Instituto Fernand Braudel sobre as ocorrências de homicídios nos municípios paulistas com mais de 100 mil habitantes teve como base informações conseguidas diretamente junto às polícias Civil e Militar, mas não obteve dados oficiais por parte da secretaria.

Peres Netto afirmou também que a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo deveria incentivar a divulgação dos chamados pequenos delitos por parte da população e agilizar os registros de ocorrências nas delegacias. Segundo ele, nos municípios paulistas pesquisados pelo instituto e nos quais foram registrados os maiores números de ocorrências de furtos e roubos relatados pela população às polícias também foram verificados os menores índices de homicídios, por exemplo.

"É importante que todos os crimes pequenos sejam denunciados para que as polícias possam atuar com prevenção nos locais de maior ocorrência", afirmou. O pesquisador apontou a burocracia e a falta de agilidade nas delegacias como fatores que desmotivam a população a registrar os pequenos delitos. "Muitas vezes, o cidadão tem de ficar duas horas na delegacia para registrar que teve algum objeto furtado e isto faz com que muitas ocorrências deixem de ser feitas", disse. - RO

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Fabio Taroda